domingo, 15 de janeiro de 2012

Indizível

O gozo máximo que eu gostaria de ter
nem que durante apenas poucos segundos
é ir para todos os lugares que o ser humano já levou
sua consciência, seu estômago e seu coração. Considerando
todas as pessoas que estão vivas agora, e que já estiveram.
Em cada canto do planeta, em cada segundo que pertence à linha do tempo
do ser humano aqui na terra.
Sentir o coração na garganta, O temor
dos soldados que ajudaram a formar impérios (e nem sabiam)
A agonia de todos que foram torturados.
A agonia diária de um camponês
E a luxúria ilusória e maravilhosamente atrativa dos aristocratas.
Sentir a raiva de todos que foram injustiçados,
A ira dos que fizeram a revolução,
a assombração dos que não foram justos,
a coceira dos que ficaram parados.
O êxtase espiritual mais alto já sentido por qualquer um
que tenha pisado neste planeta.
Todas as sequelas que o cérebro humano conseguiu criar.
os bloqueios e angústias. Aquelas incertezas que ninguém teve coragem
de partilhar.
Todos os problemas que falta de comunicação causou
Todas as guerras que causadas porque a linguagem é falha
Toda a adrenalina dos que praticam esporte
Toda a adrenalina de quando o homem ainda tinha que se virar
frente à natureza.
E todo o eterno questionamento, de
Quem somos, de onde viemos, porque estamos aqui, qual nosso propósito
e todas as hipóteses ponderadas, que todo mundo pensou sobre isso,
Durante as cagadas matinais,
e dias de chuva,
e durante o banho. Ou durante o nascer
e por do sol. Mas decidiu deixar quieto, é besteira
Todo o delírio, a insanidade
A loucura dos que cometeram assassinatos em massa
Com as próprias mãos
Ou através de outros meios.
Todas as formas de amor que já foi sentida
Todas as dores de cotovelos
Toda a inveja e birra.
Toda a fome que já foi sentida
Toda a sede.
Toda a carência, toda a fragilidade
Toda a desilusão
E toda fé na humanidade restaurada
Todos os grandes momentos de fraternidade entre homens
De entendimento.
Tudo isso, num segundo e pouco. Só subindo pela
minha coluna até a ponta da cabeça e acendendo uma lampadazinha de clareza.
Incomunicável.

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